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sábado, 27 de novembro de 2010

um café... vou dormir...

Hoje estava super animada em sair. Passei à tarde no shopping, ia ver um filme. Acabei sem filme nenhum. Minha amiga não gostou muito, mais não animei em ficar 3 horas sentadas. Hoje estava bem chata. Ou melhor, sou bem chata!!
A noite tinha alguns convites, alguns até interessantes... Mais daí não aceitei nenhum.
Fui passando na porta dos barzinhos, ou “circuito”, (uma corrida de Deus nos acuda)... Não importa... Aquele movimento de sempre, o mesmo congestionamento. Todos passando em frente a uma vitrine... Comprando e Vendendo suas ilusões....
Tentando encontrar o que muitas vezes nem sabem o que. Apenas por ir. Pela moda. Pelos amigos. É preciso descontrair, aproveitar a vida, beber muito!!
A S...ninha também estava com o movimento de sempre. Os que não são vip chegaram cedo. A fila para entrar estava enorme... Mais vitrine.
Não sei se estou velha, e falando hoje com minha amiga, estávamos falando justamente disso, que estamos cansadas dessa mesmice, desse jogo. Coisas tão iguais... mais que não são iguais...
Oi, meu nome é ciclano, trabalho em marte, meus planos são incríveis, meu sonho é conquistar o mundo, meu CPF e meu RG estão a sua disposição... Sou o que você sempre sonhou, muito prazer!
Muitos apostando na noite de sucesso, buscando se auto afirmarem, buscando prazer, diversão, só vim pra dançar... sair com os amigos... Álcool por favor!! Drogas e rock’roll !!!uhuu somos Elite!! Estamos aproveitando a vida!...
Prazeres tão momentâneos... Tão artificiais... ?!?
Muitos começando, outros voltando, outros terminando... um ciclo...?!?
Falando mal do sistema, reconheço-o... Faço parte dele, e tem dias que estou louca para me atirar nele... e ele gosta... fica feliz ao me ver. Mais hoje em dia o observo... e estou tão assim... assim.... estranha....
Adorava circos quando era criança... mas mesmo ainda sendo chamada de bebê, não sou mais um, perdi parte daquela inocência... tenho visitas boas e ruins... ganhei aquele ar sério,  um tanto severo... um tanto exigente...
Dá uma vontade de gritar, de ir embora, de esvaziar sabe?! Não sei se me entende... de voar para um lugar que não sei onde é...
Estou com aquela dor novamente...
Voltei para casa... são 00:48hs.... um café... vou dormir...

Joice Gabriela Araújo dos Santos.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

é bonita, é bonita e é bonita!! ...

(Gonzaguinha)


E a vida!
E a vida o que é?
Diga lá, meu irmão
Ela é a batida
De um coração
Ela é uma doce ilusão


E a vida
Ela é maravilha
Ou é sofrimento?
Ela é alegria
Ou lamento?
O que é? O que é?
Meu irmão...

Há quem fale
Que a vida da gente
É um nada no mundo
É uma gota, é um tempo
Que nem dá um segundo...

Há quem fale
Que é um divino
Mistério profundo
É o sopro do criador
Numa atitude repleta de amor...

Você diz que é luxo e prazer
Ele diz que a vida é viver
Ela diz que melhor é morrer
Pois amada não é
E o verbo é sofrer...

Eu só sei que confio na moça
E na moça eu ponho a força da fé
Somos nós que fazemos a vida
Como der, ou puder, ou quiser...

Sempre desejada
Por mais que esteja errada
Ninguém quer a morte
Só saúde e sorte...

E a pergunta roda
E a cabeça agita
Eu fico com a pureza
Da resposta das crianças
É a vida, é bonita
E é bonita...

Eu fico Com a pureza
Da resposta das crianças
É a vida, é bonita
E é bonita...

Viver!
E não ter a vergonha
De ser feliz
Cantar e cantar e cantar
A beleza de ser
Um eterno aprendiz...

Ah meu Deus!
Eu sei, eu sei
Que a vida devia ser
Bem melhor e será
Mas isso não impede
Que eu repita
É bonita, é bonita
E é bonita...

terça-feira, 23 de novembro de 2010

"Fiz de sua pessoa um espelho de minha pessoa"

Nuvens no céu...

Cheguei ontem de uma linda viajem, conheci lugares lindos, pessoas novas, voltei cheia de idéias, de planos, de sonhos...
Foram 10 dias que pareceram um mês...
Sentada frente ao mar, ele sempre me acalma, ouvir o vento, as ondas... ele me faz viajar para caminhos talvez adormecidos, escondidos, esquecidos, momentos que passaram, que estão acontecendo, que podem vir a acontecer. Sei que tenho muitas dificuldades de estar aqui no agora, me custa muito trabalho... como se algo pudesse ter sido diferente...
Fui a uma exposição incrível no MASP e um quadro me tocou muito, foi como se já o conhecesse e a reação do meu corpo não sei nem explicar bem o que houve. Uma dor forte e crescente. Pensei que iria ter um infarto...
O meu silêncio não me incomoda... ele é meu bom companheiro...
Olhando o céu, as nuvens... elas começam a se espalhar e o céu da cor azul escuro traz uma combinação que me agrada, que me conforta. A lua está cheia.
Continuo com intensas e constantes discusões comigo mesma.
Agradeço a todos que lêem o blog, os e-mails enviados. Um me mandou um e-mail interessante, de que gostaria de ler com mais freqüência textos de minha própria autoria. Me fez pensar que realmente antes escrevia bem mais. Vou procurar postar meus textos com mais freqüência... O nosso medo de revelar marcas profundas talvez me assuste um pouco. Obrigada pelo carinho e continuem me enviando sugestões, críticas também são bem vindas. :)


Joice Gabriela Araújo dos Santos

ENCONTRO

Há um tempo atrás escrevia bem mais.... tempo que buscava tantas respostas... não que hoje não busque... mais a principal me acalmou.
A maioria da minha família é católica, e fiz todos aqueles rituais: batismo, primeira comunhão, crisma... freqüentava as missas, mais algo sempre me incomodava, algo dentro de mim me deixava inquieta! Não que fosse errado, pois certo e errado também não os encontrei... mais pensava e sentia que um Deus tão amoroso não permitiria tanta revolta, tantas injustiças, tantos desconsolos e inquietações. Que não podíamos ser tão forte fonte de pecado, de culpa, de ódio, de tanto medo... Céu, Inferno!?
Não me parece confortável a idéia de uma vida, onde o ciclo seria nascer, crescer, reproduzir e morrer... estudar, ter sucesso profissional, acumular bens... me parece vazio... De lá para cá me perguntava que propósito há em tudo? Que razão, para que? De onde venho? Quem sou? Quem me mandou? Para onde vou? Muitas e muitas perguntas sem respostas.
Eu sempre me via angustiada. Às vezes me pergunto se só eu me questiono sobre isso. Fiquei feliz em saber que não, e encontrei muitos também em sua busca interior. Foi o inicio de um grande encontro.
Muitos já sabem que estamos em mudanças drásticas, e que tudo está a nossa inteira disposição.
Não há nenhum Deus severo e em cada religião que conheci respeitei seus rituais, mais essa FONTE está PRESENTE em todos e em tudo o que nos cerca, em meus sonhos, na Tv, nos livros, músicas inspiradas, acontecimentos diários e que acontecem a cada segundo... nas pessoas que são mestres e anjos. Essa Fonte habita em mim!
No início fiquei confusa, e minha mente rejeitou tudo aquilo. Parecia tão louco, tão ameaçador ver que tudo o que me empurraram a acreditar até hoje estava indo a chão! Abri-se um grande abismo. Ao mesmo tempo me acalmei e as respostas vieram e vêm a todo instante, basta observar, sentir. Não com esses olhos humanos, mais com os olhos da alma...
E tudo apesar de tão louco, é lindo... que vida linda...
Travo uma guerra dentro de mim... estou caminhando...


Joice Gabriela Araújo dos Santos.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

A gente se acostuma

Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.

A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.

A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.

A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.

A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.

A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagar mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.

A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.

A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.

A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.

A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma.

(Marina Colasanti)

Nada fica sem resposta

A vida nos cobra tomar decisões constantemente. Cada escolha determina um fato no futuro. Cada fato, uma vivência inadiável. Cada experiência, uma mudança imposta.
Escolher é fácil quando nossos sentimentos e ilusões não estão envolvidos.
Somos livres para escolher nossas ações mas prisioneiros de suas conseqüências.
Todo momento é decisivo.
Temos que decidir sempre entre o que é bom e o que é mau, entre nossas ambições desmedidas e nosso bom senso interior.
Por isso é preciso descobrir se teremos a coragem de ficar do lado de nossa alma ou se preferimos mentir para nós mesmos. Mas, seja qual for a nossa escolha,
lembremos que "nada fica sem resposta".
(Luiz Gasparetto)
Poderemos agir no processo de formação e progresso das criaturas. Nunca "forçar o processo" ou criticar o seu andamento.

Somos todos levados a verdade para a qual estamos prontos.